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Por que a forma de liderar mudou?


Nelson Mandela (1918-2013) mostra que a forma de liderar mudou

Estudos apontam que todos os tipos de líderes estão desacreditados.


Talvez você nunca tenha se deparado com um desses, mas muitos profissionais têm como fim obter apenas dinheiro e poder. Nesta busca, aprender sobre liderança ocorre sob pretexto de realização profissional e pessoal.


O contexto atual, no entanto, revela que todos os tipos de líderes estão desacreditados. Governantes, executivos e religiosos desapontam os seus seguidores: civis, profissionais e fiéis.


Embora a "indústria da liderança" (instituições ou programas que "ensinam" a formar líderes) vem progredindo, o desempenho dos líderes, de modo geral, tem piorado, o que nos leva a concluir que não se sabe se é possível aprender a liderar.


A piora na qualidade dos líderes se deve na forma de como são ensinados e desenvolvidos. O líder-centrismo, forma pela qual profissionais são ensinados sobre liderança, não engloda o conhecimento sobre seus seguidores, para quem devem trabalhar e servir.


Somado a isso está a falta de conhecimento dos líderes sobre os cenários e contexto econômico, social e político em que estão inseridos.



Os padrões atuais de dominância entre líderes e liderados são diferentes dos padrões de anos atrás.


A sociedade evoluiu queixando-se quando se sentia oprimida. Como exemplo, tem-se a Revolução Americana (que levou à independência dos EUA em 1776), a Revolução Francesa (em que o pedido de liberdade, igualdade e fraternidade resultou na República Francesa em 1792) e os sem-poder.


Os sem-poder eram os proletariados que se manifestaram em 1848 por meio do Manifesto Comunista, com Karl Marx e Friedrich Engels.


Surgiram também, movimentos de igualdade entre brancos e negros, com Martin Luther King Jr e a busca da igualdade entre homens e mulheres, com a publicação de A Mística Feminina, Betty Friedan.




Confúcio e Platão (400-550 a.C.) tinham soluções semelhantes: encontrar homens extraordinários e dar-lhes educação de excelência tornando-os líderes bondosos e com sabedoria.


Diferente de Confúcio e Platão, Nicolau Maquiavel não se ocupava com o reino da perfeição. Seu conceito de liderança é resultante de uma compreensão sobrenatural da condição humana e do domínio sobre o real e não sobre o ideal.


Sua obra - O Príncipe (1513) - é considerada, com justiça, o mais famoso livro sobre política, jamais escrito. O Príncipe também possui um lugar especial na história da liderança.



Ainda na linha de manter a ordem em um mundo desregrado, Thomas Hobbes (1651) foi mais expansivo e propôs uma arranjo completamente diferente entre líderes e liderados.


Em sua concepção (Leviatã-1651), que mais tarde veio a se chamar de Contrato Social, os seguidores garantiriam poder a um líder que lhes daria proteção e conforto, por meio do Estado.


John Locke (1632) continua a evolução do Contrato Social, e argumenta, em desacordo com Hobbes, que se o líder não satisfizesse o liderado, ele poderia ser destituído e, se necessário à força, conferindo poder aos seguidores as custa dos líderes.


Movimentos "de baixo para cima" continuaram ao longo da história, como a filosofia de Mahatma Gandi (1989) e de seu discípulo, Nelson Mandela.


Mahatma Gandi (1989) propunha a resistência não violenta para resolver conflitos por meio da conciliação (filosofia Satyagraha).


Nelson Mandela, após sua condenação em 1962 à prisão perpétua por atos contra o governo da África do Sul, teve, em 1992, a chance de falar na corte sobre como os fracos deviam lutar contra os fortes. Este foi o mais eloquente de todos os seus discursos políticos. O vídeo demonstra suas convicções quando questionado sobre questões políticas delicadas.


Os direitos são estendidos até aos animais, como o livro de Peter Singer, Libertação Animal (1975), descreve.



A história demonstra que antigas regras de liderança já não funcionam. Líderes foram ameaçados, seguidores foram incentivados e filósofos, como o brasileiro Paulo Freire, puderam ser ouvidos.


Por meio do livro Pedagogia do Oprimido, ele questiona: "Quem está mais bem preparado que os oprimidos para entender o significado de uma sociedade opressora? Quem sofre mais os efeitos dessa opressão que os oprimidos? Quem pode entender melhor a necessidade de libertação?"


Seguidores têm evoluído de espectadores, a participantes e até a ativistas, e têm ganhado poder, enquanto os líderes têm perdido.


Contudo, liderar é necessário e não é impossível.


A liderança deve desenvolver habilidades inclusivas, em vez de exclusiva, além de capacidades de inteligência contextual e intelectual.


Mas como medir os resultados da boa liderança? Que ferramentas usar para conduzir ações estratégicas vencedoras?



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Fonte:

KELLERMAN, Barbara. O Fim da Liderança: como a liderança mudou e de que forma podemos resgatar sua importância. Elsevier Brasil, 2012.


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